Era uma noite de sexta-feira que por coincidência caiu em um dia 13

Eu estava circunstancialmente bem, até que ouvi barulhos vindos da minha cozinha. Muito contra minha vontade decidi levantar da cama e deixar meu notebook de lado, pra poder ver o que estava acontecendo. Andei pelos corredores escuros da casa, pois já estava tarde e as luzes não estavam acesas e me deparei com a normalidade, deixei de lado e preferi acreditar que tais barulhos eram causados pelo meu gato. Voltei para o meu quarto, mas desta vez acendendo as luzes, tudo parecia inquietantemente normal, a não ser meu notebook que parecia ligeiramente fora do lugar em que eu havia deixado, decidi aceitar que era impresao minha e voltei a me distrair. Após alguns minutos o barulho voltou, mas dessa vez era mais forte. Meu gato não poderia estar fazendo todo aquele barulho, era praticamente impossível. Era uma mistura tenebrosa de agudos e tons graves, interrompido por passos, como de quem se arrasta. Todo aquela inquietação estava me dando medo, e minha respiração estava tão ofegante que mal conseguia suprir as necessidades de oxigênio do meu cérebro. Decidi ir me deitar, talvez tudo aquilo fosse minha imaginação, me lembrando que já fazia horas em que eu estava acordada, poderia ser simplesmente o cansaço. Lavei meu rosto, arrumei a cama e fechei as portas do armário para que eu pudesse dormir em paz, encobri meus pés com a coberta e posicionei minhas mãos embaixo do travesseiro. Dormi, mas acordei exatamente às 3 hrs da manhã, não sou muito de acreditar em historias mas este horário sempre me amedrontou. Dizia minha tia que os espíritos sempre acordavam às três, pois o portal para a realidade abria a essa hora, e qualquer presença que você pudesse sentir, não seria mera imaginação. Claramente não consegui dormir, e como estava sozinha em casa, entrei em pânico, e não conseguia pensar em nada, até que reparei que as portas do meu guarda-roupas estavam abertas. Mas como? Eu tinha certeza que as havia fechado. Minhas mãos e pernas estavam trêmulas e então comecei a escutar tal barulho novamente, cada vez mais forte, mais perto. Fechei os olhos na intenção de quando abrisse tudo tivesse terminado, mas não, pelo contrario, as sensações estavam mais intensas, mais horrorizantes. Eu não sabia o que fazer, mas alguma coisa me dizia que nada precisava ser feito, pelo menos, não por mim. Tomei coragem de levantar e acender todas as luzes da casa e quando finalmente me sentei, todas se apagaram de uma só vez! Como? eu me fazia tal pergunta com frequência. Alguém queria chamar minha atenção, mas por quê? Entrei em panico total, e de uma só vez levantei para acender todas as luzes novamente, mas algo estava errado, muito errado, estavam todas queimadas, e eu totalmente desprotegida, na escuridão. Meu gato não miava mais, agora estava bem na minha frente, parado, feito uma múmia, olhando fixamente para a parede. Ouvi dizer que gatos e cachorros sempre podem ver espíritos, e sabe? Posso te assegurar que é verdade. Ele parecia ter sido hipnotizado por alguma coisa, ou alguém. De repente a luz do meu quarto se acendeu, fiquei com medo mas corri pra lá na esperança de abrigo. Infelizmente não era o que me esperava. Encontrei somente uma carta branca, sobre minha cama. Fiquei na duvida entre ler e não ler. Maldita hora em que minha curiosidade falou mais alto que minha razão. Abri o envelope, e em letras escritas com com veracidade, as palavras eram fortes: "na ultima sexta-feira treze meus olhos doíam, peguei meu carro e dirigi até o hospital, os médicos diziam que era só cansaço, mas querida, nunca é só cansaço. Acredite sempre no que vê e escuta. Eu estava amaldiçoada e a única forma de perder tal maldição e descansar em paz, era morrendo, e deixando as seguintes palavras para alguém, que seria amaldiçoado em meu lugar: EU SEMPRE ESTAREI COM VOCÊ, MEU BEM." Levei um susto e como impulso dei um passo para trás, pisando em falso e caindo. Percebi então que meus olhos doíam. Era ela, a maldição. Então, pra você que está lendo isso agora, só um recado: EU SEMPRE ESTAREI COM VOCÊ, MEU BEM.